segunda-feira, setembro 25, 2006
Fait divers
Moem e podem matar a alma, os desprezos. Do mais inócuo revirar de olhos à palavra desabafada um pouco mais alto, do trejeito da boca impaciente à rudeza dos modos, mesmo de quem ama. Do olhar condescendente ao insulto proferido. Do fingir que não se vê à agressão que não se viu. E no chão onde corre a água da chuva e as lágrimas e o sangue, o desprezo do outro derrubou a senhora dos olhos doces. Não percebe porque jaze ali, no meio da rua, à chuva impiedosa que lhe encharca os ossos cansados. E eu não posso, não quero, não consigo perceber.
5 Comments:
Em primeiro lugar os meus parabéns pela efeméride. Em relação a este Post, parece-me um fait-divers carregado, tingido por uma vivência menos boa. Boa semana para ti e continua, show must go on!!
commented by GUIA DO APOSTADOR, 3:55 da tarde
muito bem escrito! muito mesmo! :)
é um pau de dois bicos... o dar e o receber... que arrepios, que texto!
Apenas vincos n´alma. Difusos e inócuos.
Muito bom, realmente o desprezo é algo que faz a alma gemer e a vida descortinar sonhos em realidade que traduz dor.
commented by 3:46 da tarde
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