quinta-feira, fevereiro 14, 2008
Chama-se a isso viver
No silêncio imposto, procuro lamber as minhas feridas, reconstruir o meu ego, recompor-me dos sentimentos que baralham alegre e tristemente a doce monotonia dos meus dias.É obsessivo este sentimento colado a mim como sombra, lembrando a cada sobressalto do coração a dor estranhamente física que finjo não sentir. Nem sei de onde veio nem como acabar com ela. Vejo-me tão tonta e desprovida de munições nesta guerra do esquecimento que apenas me resta assassinar as lembranças a golpes da racionalidade e razoabilidade devidamente apregoadas pelos manuais da perfeita mulher moderna. Não esquecer o desperdício de ter aberto a porta quando ninguém a procurava abrir. Não esquecer. Relembrar e torturar para reduzir ao nada o que nada foi. Aproveitar a ironia para rir, um pouco, e viver cada dia.
Etiquetas: as palavras que nunca direi, mais do mesmo, o que arde cura
1 Comments:
commented by S. C. R., 3:30 da tarde
Eu hoje sinto como estas palavras que aqui deixaste.
Não seremos só as duas certamente.
Amar é isso mesmo, e quando não corre bem, ao invés de morrer ou fugir para longe, corrói-nos por dentro, de uma forma doente.
Também optei por fingir, portanto, está tudo bem.
Aprende-se a viver. Nada mais do que isso.
Beijos