SILÊNCIO FALADO

quinta-feira, janeiro 27, 2011

Das queixas que se inventam

Começo sempre o ano um pouco irrequieta, pressionada pela necessidade de fazer mais e melhor.
Tanta coisa que poderia acontecer, que eu poderia fazer e viver e, no entanto, a sensação é de estagnação, morosidade.
Os dias acordam com o mesmo sabor, de coração calado e alma aborrecida,digo eu a quem me pergunta pela vida.
E há verdade nisso.
Apesar de ser apenas uma meia verdade.
Do outro lado, fica o que já consegui e o bem-bom do meu quotidiano que relego sempre para segundo plano porque, felizmente, faz parte dos elementos básicos dos meus desejos concedidos: a casa, o emprego, os amigos e todos esse tempo que é só meu.Os livros, os filmes, os jantares e as danças. A família.Penso nisso e o peito enche-se de uma felicidade desmedida que me corta a respiração e me assusta tanto quanto a hipótese de a vida não ser mais do que isso.
Destabilizada, vou inventando umas queixas para abrandar a auto-satisfacção que me pára no tempo.
A vida vai boa, sim senhor, mas quero sempre acreditar que o melhor há de vir.
posted by elisa, 14:23 < | link | 0 comments |

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