sexta-feira, outubro 29, 2004
Final de tarde
Quando o sol distribui uns últimos beijos às árvores, ao céu e ao mar. Quando estes beijos trazem luminosidades surrealistas e fazem esquecer as longas filas de espera.
Quando da ponte, se vêem as aves voarem rumo a um mar prateado, arauto da chuva que não tardará. Quando anoitece e a chuva finalmente cai e liquefaz as cores da noite nascendo na cidade.
Gosto especialmente dos finais de tarde, da chuva e da noite coloridas que me acompanharam ontem a casa.
quarta-feira, outubro 27, 2004
O rosto
Inclinou-a um pouco a comprida trança adolescente e disse: Dou-te a lembrança do meu rosto para que quando o tempo deixar as suas marcas vincadas na tua pele as possas aceitar como presente de um passado que não tem como ficar invisível.
sexta-feira, outubro 22, 2004
Eu mulher...
"Se fores mulher..
De ??? Hoje a amizade, o riso e o divertimento marcaram encontro numa bonita praça à beira mar.
Enfim, a noite será leve e luminosa.
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quinta-feira, outubro 21, 2004
Tempo de comunicação:1 minuto e meio?
Por entre palavras banais e assuntos quotidianos, falaste de um futuro inesperado que nem tu, nem eu pensámos. Talvez por isso seja o mais indicado. Porque te levará para além de planos e ideais préconcebidos, porque, finalmente, talvez eu consiga deixar a vida tomar conta de ti.
terça-feira, outubro 19, 2004
Um pouco de calor...
Estive três dias abrigada em casa a observar a chuva. Ao quarto-dia, resolvi sair e enfrentá-la. Vesti o impermeável, calcei as botas ,peguei no guarda-chuva e fui à luta.
Perdi: 11 497 pingos contra uma lágrima de saudade que bastou para acordar velhos fantasmas... Retrato Ardente Entre os teus lábios é que a loucura acode, desce à garganta, invade a água No teu peito é que o pólen do fogo se junta à nascente, alastra na sombra. Nos teus flancos é que a fonte começa a ser rio de abelhas, rumor de tigre. Da cintura aos joelhos é que a areia queima, o sol é secreto, cego o silêncio. Deita-te comigo. Ilumina meus vidros. Entre lábios e lábios toda a música é minha Eugénio de Andrade |
sexta-feira, outubro 15, 2004
Parlez-moi de ces amants lá qui ont vu deux fois leur coeur s'embraser
Ne me quittes pas
quarta-feira, outubro 13, 2004
Amarelo
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Teste via o 100 tretas da AnaP
De negro vestido e coração colorido.
Anda sempre de nariz empinado, de semblante fechado. Marcha mais do que caminha, em linha recta, não se desviando nunca de quem vem no sentido oposto. Um dia distraída, quase fui contra ela e só aí, bem de repente e bem de perto, lhe consegui apanhar o brilho traquina dos olhos de um verde tão escuro que mais parecem pretos. Muitos dirão, aliás, que jamais aqueles olhos foram verdes e que sempre foram daquele negrume que fere o coração quando é para nós apontado. Talvez seja por causa disso que logo baixa o nariz empinado quando se depara com alguém. Instinctivamente, apressa o passo rápido e fixa a ponta dos sapatos.
Gosta de sapatos pretos.
De sapatos de tacão alto, sapatos de tacão baixo, bailarinas, sapatilhas, botas de tacão alto, botas de tacão baixo, sandálias e de sapatos para dançar o tango ....mas pretos sempre pretos. Tem aliás um carinho muito especial pelos seus sapatos, tábuas de salvação que a põe a salvo do confronto visual com os desconhecidos da rua.
No entanto, gosta de pessoas. Altas, baixas, de cabelo claro, de cabelo escuro, feias e bonitas..e até às cores.Mas olhar para elas.....Algumas lhe disseram que jamais os olhos dela foram verdes, que foram sempre negros e que ferem o coração.
E como gosta sobretudo de pessoas, quando marcha mais do que caminha, fixa o olhar sobre os sapatos a quem pede perdão baixinho.
terça-feira, outubro 12, 2004
Coisas fáceis
Coisas fáceis, fazer um agrado
Coisas fáceis, abrir um sorriso
Coisas fáceis, estender os braços
Coisas fáceis, agir com juízo
Coisas fáceis, mostrar o caminho
Coisas muito fáceis, dizer a verdade
Coisas fáceis, cuidar com carinho
Coisas fáceis, viver com vontade
São coisas pra se fazer
sem esperar recompensas
coisas pra se querer
coisas tão simplese
tão difíceis de esquecer
Um abraço , um sorriso , um aceno, coisas fáceis
Gestos tão pequenos, coisas fáceis
Coisas fáceis, mostrar o caminho
Coisas fáceis, dizer a verdade
Coisas fáceis, cuidar com carinho
Coisas fáceis, viver com vontade
“Coisas fáceis” - Jairzinho Oliveira
As notas e as palavras vão surgindo, simples e despretenciosas. Cantaroladas calmamente. Quase sussuradas porque sabem que o sussuro é o meio mais certo de se chegar à alma e ao coração. Quando lá chegam, há um aperto, um nó na garganta, uma estranha combinação de alegria e de dor. De alegria porque reconhecemos imediatamente a mensagem da simplicidade que gera a grandeza de alma e de dor porque que nos lembramos que a esquecemos demasiadas vezes.
quinta-feira, outubro 07, 2004
Só quando rio....
quarta-feira, outubro 06, 2004
Cansaço
O coração alegre das ilusões efémeras
E o cérebro cansado do trabalho repetido...
segunda-feira, outubro 04, 2004
Quando o resto da vida parece não vir...
"O primeiro dia "- Sérgio Godinho
sexta-feira, outubro 01, 2004
Devaneio
Entretanto e enquanto espero pelo milagre da multiplicação da minha capacidade de trabalho, resolvi ir dar uma volta pela blogosfera (muito mais estimulante!). Fui até blogs já descobertos, descobri mais alguns e assaltou-me uma dúvida que se transformou em devaneio! (eis a ponte -nada forçada, note-se- para o meu título...digo-o porque podia não ser assim tão óbvio, até porque os títulos me dão cabo da cabeça, nunca dizem exactamente aquilo que lhes peço - nota para mim mesma: trabalhar a comunicação com os títulos para interelações futuras mais eficazes- e..onde é que eu ia, ahh sim, fechar parêntese) ponto final parágrafo.Não, não, é melhor Rufar dos tambores.........dois pontos:
Criei o blog porque outros me inspiraram, porque fiquei verdadeiramente surpreendida, com a quantidade de coisas interessantes que se podiam dizer e que outras pessoas estavam dispostas a partilhar. Eu também quero, pensei eu, num deslubramento infantil.
Então criei o blog....E hoje queria escrever e saiu-me isto.........Que dizer mais?
Se alguém tiver tido a paciência de ler este "devaneio" (palavra bem bonita para o monte de baboseiras que acabei de escrever mas enfim, afinal os blogues também são para isso e agora vou parar de bater compulsivamente nas teclas antes que me mandem internar), que este alguém se levante e me deixe um comentário.